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domingo, 10 de novembro de 2019

O Encontro da Cananeia com Jesus ( Mt. 15,21-28)



Eu tenho uma grande admiração por pessoas ousadas na fé. Elas sempre obtêm de Deus grandes favores e demonstram uma confiança estrondosa no poder de Jesus. E não devemos ser tímidos diante do Criador, pelo contrário, Ele espera de nós ousadia, confiança no seu amor sobrenatural.
            Um dia Jesus foi para a região de Tiro e Sidônia. E eis que uma mulher cananeia, daquela região, veio gritando: “Senhor, filho de Davi, tem compaixão de mim! A minha filha está cruelmente atormentada por um demônio”. A palavra nos diz que Jesus não lhe deu resposta, mas aquela mulher não se deu por vencida e certamente continuou a clamar pela sua filha, pois os discípulos aproximam-se de Jesus e pediram: “Manda embora essa mulher, porque ela vem gritando atrás de nós!”
            “Ela vem gritando atrás de nós!” Seus gritos eram de esperança, gritos por misericórdia, pois certamente já havia procurado todos os meios para a libertação de sua filha, certamente já havia procurando em seus deuses a cura, mas não havia encontrado, e então estava ali diante daquele que era sua última esperança, por isso continuava insistindo.
            Jesus virou-se para ela e disse “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Diante desta resposta ela poderia ter virado as costas e voltado pra sua casa, antes, porém poderia ter dito algumas palavras ofensivas a Jesus e aos discípulos dele. Mas, ela estava disposta a tudo para salvar sua filha e não se incomodou com esta resposta aparentemente fria. Com certeza ela tinha ouvido contar muitos milagres que Jesus realizou, portanto sabia que Ele tinha poder para curar sua filha; e reconhecendo sua condição de pagã e ao mesmo tempo a autoridade de Jesus, prostrou-se aos seus pés e suplicou: “Senhor, socorre-me!”     
            Eu gosto de imaginar a cena. Jesus em pé junto aos discípulos e aquela mulher desconhecida ali diante dele implorando pela cura de sua filha. Uma mulher que pertencia a um povo pagão. Imagino as lágrimas nos olhos dela, seu coração acelerado e a esperança de voltar pra casa de posse do milagre. Gosto de imaginar o rosto dos discípulos espantados com a ousadia daquela cananeia; e eles olhando-a e depois fitando Jesus esperando uma atitude decisiva do Mestre.
            E após suplicar o socorro de Jesus, prostrada aos seus pés, ela aguardava uma resposta favorável, porém Ele respondeu: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos” Agora sim, era o fim. Que resposta poderia dar a Jesus? O que mais poderia dizer? Primeiro a ignorou, depois os discípulos pedem que o Mestre a mande embora, pois ela estava gritando atrás deles e Ele lhe disse em outras palavras que não tinha sido enviado para o povo dela. E agora ser chamada desta forma? Ser comparada com cachorros?
            “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos.” Disse ela num gesto de humildade, reconhecendo toda sua pequenez diante da grandeza do Senhor. Jesus respondeu: “Mulher, grande é tua fé! Como queres te seja feito!” E a partir daquela hora sua filha ficou curada.
            Este é um encontro que nos deixa muitas lições. Uma delas é a luta por nossos objetivos. Aquela mulher saiu de casa determinada a encontrar Jesus e receber dele a cura para sua filha que estava sendo cruelmente atormentada por um demônio. Logo que o viu e foi ignorada por Ele, poderia ter desistido, voltado cabisbaixa e vencida pra sua casa, porém ela continuou insistindo porque ela tinha um objetivo na vida. Jesus lhe dá uma resposta que não lhe agrada. Quantos de nós ao ouvir uma resposta contrária aos nossos desejos não fica irritado, zangado? E por isso se afasta de um grupo, de um amigo...
            Ela, porém, continuou firme no seu propósito e não se deixou abater, pois sabia que só Jesus poderia curar sua filha. Se tivesse parado no primeiro obstáculo teria ido embora de mãos vazias. Quantas vezes paramos em nossa caminhada espiritual por não obtermos o que pedimos? Quantas vezes ficamos ofendidos e não progredimos na fé ao ouvirmos uma correção? Quantas vezes queremos ouvir só o que nos agrada e nos faz bem? O olhar indiferente de um irmão te faz desanimar e desistir de seu objetivo?
            Como tem sido sua luta? Como você tem enfrentado as provações? Como tem sido sua oração? É persistente?
            Este encontro é muito importante para nossa caminhada. Traz-nos um exemplo de coragem, de determinação, de fé, esperança, garra, humildade... Muitas vezes não temos a coragem de enfrentar os desafios para irmos em busca de um objetivo. Aquela mulher foi muito corajosa em ir até Jesus, pois como o próprio disse, Ele havia sido enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel. E ela era pagã, não pertencia a Israel. Não teve medo dos olhares, da indiferença nem da discriminação das pessoas, pois tinha muito claro em sua mente o que ela queria e movida pelo amor de mãe partiu para o meio daquele povo para encontrar o Salvador e o encontrou.
            Finalizando este capítulo eu convido você a fazer a experiência desta mãe. Não deixe que as pessoas impeçam este encontro seu com Jesus, não se deixe levar pelas palavras que te afastam da fonte de salvação. Reconheça quem você e com muita fé dobre os joelhos diante de Jesus, apresenta a Ele suas dores, suas chagas, suas dificuldades e implora “Senhor, socorre-me!”

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