O que vou contar aqui aconteceu comigo em uma segunda-feira, após um
dia de trabalho estressante em que quase perdi meu emprego.
Antes
de ir para casa no final do expediente eu senti a necessidade de
passar em uma capela que fica bem próximo ao meu local de trabalho.
Quando
entrei na capela tinha um senhor ajoelhado diante do sacrário, então
eu
me ajoelhei bem atrás da última fileira dos bancos. Ali
entreguei nas mãos de Jesus aquele dia de trabalho pesado, pedi que
me desse força para continuar e paciência para suportar uma colega
difícil de lidar. Sabe aquela pessoa que quando chega em um lugar
todos querem sair? Pois é, ela é assim, eu nunca tinha tido
problemas com ela, mas hoje tivemos um pequeno atrito, porém, não é
sobre isso que quero falar.
Fiquei
ali parado em oração durante um bom tempo. Quando aquele senhor se
levantou ele passou por mim, colocou a mão direita em meu ombro e
disse:
“Quando
Deus nos dá uma missão, devemos cumprir, por mais difícil ou
estranha que seja.”
Eu
não entendi nada naquele momento. Só assenti com a cabeça. Vi que
os olhos dele estavam cheios de lágrimas. Ele saiu e então eu fui
para mais perto do Sacrário.
“Fala
comigo, Senhor!”
Eu
vinha pedindo a Deus uma resposta sobre minha vida na empresa. Se eu
deveria continuar lá ou procurar outra oportunidade, mas ainda não
tinha uma resposta clara Dele.
E
naquele momento Deus falou comigo. Eu estremeci.
“Levante-se
agora e vá para a Rua...”
Ele
me falou endereço completo. E no final disse:
“Lá
você saberá o que fazer, pelo Espirito Santo.”
Eu
fiquei perplexo naquele instante. Parecia que aquela voz gritava
dentro de mim com urgência. Como
um pai quando dá uma ordem a um filho!
“Agora!
Não pare pelo caminho com ninguém.”
Eu
obedeci. Deus nunca tinha falado comigo daquele jeito. Pensei por um
momento ser coisa da minha cabeça, mas aí me lembrei do que aquele
senhor tinha me dito minutos antes.
Segui
o endereço conforme Ele tinha me falado e percebi que era para o
lado da linha de trem. Fui o mais depressa que pude. Parei o carro em
frente a última casa da rua e olhei o número. Bati palmas. Ninguém
atendeu. Eu
ouvi a buzina do trem que se aproximava. Dentro de mim a voz gritou:
“Corra
para a linha! Corra!”
Eu
não tive tempo para pensar. Corri e quando cheguei próximo vi um
rapaz deitado sobre os trilhos. Eu aproximei dele e o segurei com
força. O trem começou a buzinar mais forte à medida que se
aproximava de nós. O rapaz se agarrou nos trilhos, então puxei-o
com força pelos cabelos e quando vi que não conseguiria pedi a
ajuda dos anjos de Deus. Um
clarão quase me cegou e nós dois caímos para trás. Ele ficou
tentando se soltar de mim enquanto o trem passava. Começou a me
arranhar e a me morder. Foi uma luta e o trem parecia
que era infinito.
Por
fim, eu passei o meu braço no pescoço dele e comecei a sufocá-lo.
Aí ele perdeu as forças e eu consegui mantê-lo protegido até o
trem terminar de passar.
“Você
estragou tudo,” ele me disse.
Eu
não sabia o que dizer e nem o que fazer naquele momento. Tinha
salvado a vida dele naquele, mas e depois? Ele iria tentar de novo,
com certeza. No meu íntimo perguntei para Deus o que eu deveria
dizer ou fazer. Então uma palavra veio em minha mente e eu falei
para aquele jovem.
“Inocência”
Ele
começou a chorar convulsivamente. Nós já estávamos de pé e
olhávamos um para o outro. Eu tomei a liberdade de abraçá-lo.
Estava com um certo receio, mas senti que ele precisava. Então o
Senhor me falou mais.
“Você
não tem culpa!”
Ele
chorou mais ainda. E depois
começou a falar.
“Meu
pai morreu há três meses e eu sempre me senti culpado, pois era eu
quem iria buscar minha tia na rodoviária, mas cheguei atrasado do
serviço, então ele foi no meu lugar e segundo as testemunhas,
passou mal ao volante, perdeu o controle e se chocou contra um poste,
vindo a falecer dois dias depois, no hospital. Se eu tivesse chegado
a tempo, nada disso teria acontecido.”
Naquele
momento eu entendi o que deveria dizer. Então contei como fui até
ele e disse que Deus o amava muito. Falei que Deus me enviou até ele
não simplesmente para salvá-lo da morte, mas para livrá-lo da
culpa. Para curar sua ferida mais profunda.
Ele
me agradeceu e depois fomos até a sua
casa. Tomamos um café e
desde aquele dia nos tornamos melhores amigos. Uma amizade nascida em
Deus. E para concluir esta história, olha
só como o agir de Deus é tremendo.
Este
jovem me convidou para ser seu
sócio em uma
livraria de artigos religiosos, um sonho antigo dele e do seu pai.
Portanto,
leitores desta história, nunca duvide do agir de Deus em sua vida e
nunca negue a ajuda a alguém, principalmente quando Deus te pedir.
Siga em frente, mesmo depois das quedas, das derrotas, das
tristezas...
Há
sempre um anjo disponível para cuidar de você, pois Deus é Pai e
nunca nos deixa sozinhos. Aceite a ajuda dos anjos quando ela vier.
Forte
abraço em Cristo Jesus.
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