Deus não desistiu de mim

Eu fui convidado para fazer um curso de jovens, em regime fechado numa casa de curso aqui na minha cidade. Quando pensei que ia perder o meu final de semana tive vontade de desistir, mas resolvi ir assim mesmo, meu irmão mais velho também tinha sido convidado. Meus pais estavam dando a maior força, claro. Tinham grande esperança, com certeza, de que eu tomaria jeito, como dizem.

Pois é, eu era usuário de drogas pesadas e também bebia muito. Levava uma vida louca mesmo, sei que dava um bom trabalho para os velhos. Eu dizia que estava curtindo a vida, mas no fundo eu sabia que estava destruindo a vida, mas não tinha forças para sair e não queria dar razão às pessoas que diziam que eu precisava de ajuda.

Então chegou o tão esperado dia. Fomos para a casa de curso numa sexta feira à tarde. Eu não tinha nenhuma esperança de mudança, pois confesso que me achava tão emaranhado no mundão que já não sabia quem era eu e quem era o “mundo.” Deus ia lá olhar para mim? Eu não merecia o amor Dele. Era o que eu pensava.

No primeiro dia tudo correu normal. E à noite no quarto, exageramos na bagunça. Então um dos coordenadores do encontro foi lá e passou o sermão em nós. Eu fui levado para a capela para rezar o terço e o coordenador, que é amigo dos meus pais, me deu uns puxões de orelha. Mas para mim tudo era farra e como eu já disse, não tinha esperança de mudança de vida, não tinha esperança de ser ouvido por Deus e muito menos de ser tocado por ele. Eu estava muito sujo, na lama. Exalava mau cheiro por causa dos meus pecados.

No outro dia durante uma pregação, o pregador falava que Deus nos amava e que não desistia de nós. Dizia que não importava o jeito que estávamos, ou onde nos encontrávamos. Deus nos amava e queria derramar sobre nós sua misericórdia. Disse ainda que muitos se afundavam tanto no pecado que chegava um ponto que achavam que para eles não tinha mais jeito, que Deus nada podia fazer por eles. Aquelas palavras atingiram meu coração. Era de mim que ele estava falando. Ai eu me ajeitei na cadeira e fiquei atento.

O pregador continuou e insistiu na frase: “Deus te ama e não desiste de você.” Não sei se foi impressão minha, mas parecesse que nesta hora ele olhou para mim. Voltou a insistir que muitos já não tinham esperança de sair do lamaçal em que se encontravam. Naquele momento eu desejei muito que aquele pregador tivesse razão e então falei no íntimo para Deus: “Se realmente ainda tiver jeito para mim, se o Senhor me ama como este pregador diz, eu quero que a minha mãe vá me esperar na Igreja amanhã, com uma blusa vermelha.”

 

Eu fiquei de olhos fechados por um tempo, tentando penetrar o coração de Deus, mas eu não sabia como tocar o coração dele, mas fui muito sincero naquele momento. E se ele me respondesse eu iria procurar ajuda para largar todos os vícios.

O encontro acabou.

Descemos para a Igreja Matriz. Estavam todos muito animados. Cantavam, dançavam, louvavam. Fazíamos muito barulho pelas ruas da cidade.

Ao entrarmos na igreja eu vi minha mãe. Ela sorriu para mim e eu comecei a chorar compulsivamente. Ninguém entendeu nada. Tive vontade de ir ao encontro dela, abraçá-la e dizer em voz alta que Deus me ama. Deus havia me respondido. Eu não parava de olhar para aquela blusa vermelha da minha mãe. Eu olhava e via a resposta de Deus: “Eu te amo, meu filho.”

 

Depois eu partilhei com minha mãe o meu desafio e ela disse que não iria com aquela blusa, até já tinha vestido outra, mas algo dentro dela disse para trocar por uma vermelha.

Eu me internei em uma clínica por iniciativa própria. Sobrevivi ao processo de desintoxicação, fui totalmente liberto com a graça de Deus e voltei para o seio da minha família.

Hoje sou casado e pai de uma linda menininha. Louvo a Deus por aquele encontro e pelas pessoas que lá trabalharam. Se você acha que sua vida não tem mais conserto, eu sou a prova viva de que Deus pode mudar a sua história. Creia! Faça o seu desafio e Deus vai surpreender você com tanto amor que você ficará em êxtase. Deus é tremendo!